quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Ba, Ka e Akh

Para a Antiga Kemet, o homem era formado por uma série de conceitos inatingíveis, mas, presentes no momento do seu nascimento e da sua morte. O que hoje chamamos alma, corpo e espírito eram para os antigos egípcios o Ba, o Ka e o Akh (não respectivamente).

Quando o Deus Khnum (deus de Elefantina) modelava cada pessoa no seu torno de oleiro, além do corpo físico conferia-lhe outros elementos igualmente importantes para a sobrevivência: o Ka, o Ba, o Akh, o nome e a sombra. O Akh era a união dos dois elementos: o ba e o ka.

Khnum


A destruição de um significava irremediavelmente a aniquilação da pessoa. Embora alguns elementos, como o Ka, necessitassem de um suporte físico, outros, como o Ba, podiam deslocar-se pelo túmulo ou sair dele. O que pode-se dizer que o fato de preservar o corpo após a morte e alimentá-lo, era manter vivo o Ka desta pessoa, pois este, necessita do físico para existir.

Todos precisavam das coisas que haviam desfrutado em vida, daí a necessidade de oferendas físicas e em forma de baixos-relevos, bem como de fórmulas e de um culto ao morto prestado por familiares ou por sacerdotes.

Tal como o ba correspondia a alma, o ka se referia à força-vital e o akh à força divina; na sombra residia a potência sexual do indivíduo e, para satisfazer às suas necessidades, colocavam-se estatuetas de serviçais no enxoval funerário e no túmulo.

Outro elemento era o nome do morto, escrito nas paredes do sepulcro e que podia substituir o corpo caso viesse à ser destruído.

Assim que uma pessoa nascia, recebia rapidamente um nome, pois sem ele não estava completa.

Ba - A Alma

Para os egípcios, a alma humana era o ba. Às vezes, era interpretada como as qualidades da pessoa, sendo própria de qualquer animal, homem ou deus. Alguns seres eram o ba de outros: por exemplo, o boi Ápis era o ba de Osíris. Como proteção, colocava-se um ba de outro entre as faixas das múmias.

O Hieróglifo do BA


Os egípcios representavam o ba como um pássaro com cabeça e, às vezes, com mãos humanas. Como acreditavam que podia deslocar-se dentro e fora do túmulo, talvez por isso o tenham associado às aves migratórias que vinham ao Egito.

Ka - Corpo - O Duplo ou Corpo Astral

O deus oleiro Khnum, que modelava as pessoas, criava ao mesmo tempo, o Ka, representado como dois braços com as mãos levantadas (os braços levantados destinavam-se a servir de proteção contra ataques de forças malignas).

O Ka significa a força vital (o corpo), que acompanhava o indivíduo mesmo após sua morte. Tal como em vida, precisava ter as suas necessidades físicas satisfeitas, por isso os sacerdotes do Ka encarregavam-se de oferecer-lhe tudo o que era necessário.

O Hieróglifo do KA



Se constitui de dois braços com as mãos erguidas.


Akh - O Espírito - A Força Divina

Com o tempo, todos os egípcios acabavam possuindo o Akh, a parte divina que lhes dava vida. O Akh é o espírito universal de Deus que dá vida a tudo no universo.

Era eterno e invariável, sendo representado fisicamente como um uchebti em formato de múmia, ou um íbis com crista (íbis comata).