sexta-feira, 22 de novembro de 2013

A Força Divina chamada de Netjer


Netjer é um dos Pilares da Fé Ortodoxa Kemética, mas ainda assim, muitos ainda não compreende sua importância, ou até mesmo, o que é essa Divindade e como ela se expressa. Para compreender a profundidade de quem é Netjer, é necessário mergulhar na própria cultura kemética, compreender sua visão do divino.
A partir que conhecemos e compreendemos Netjer, vamos desfazer os vários nós formados em nossa mente a respeito das divindades egípcias, coisas como: Porque existe vários Heru’s diferentes? Porque juntar duas divindades em uma, como Amon-Ra ou Wesir-Sokar, o que é deuses aspectados, como Aset-Serqet. Essas questão realmente fazem muita gente rachar a cabeça tentando compreender, e quando não compreende, correm para as interpretações gregas e romanas e ai acontecem os vários erros que vemos da cultura egípcia, ai, todos os Heru’s são apagados e vira só Hórus, Wesir perde suas várias personalidades e vira simplesmente Osiris e por ai vai.
Pois bem, vamos por partes, primeiramente vamos definir qual é a visão do divino dado pelos kemeticos antigos e ao qual ainda esta viva pela fé Ortodoxa Kemética. Na fé kemética, existe uma concepção monólatra da divindade, ou seja, a crença em uma força divina, chamada de Netjer, que por sua vez, se dividia em vários outros Deuses e Deusas, Netjeru e Netjeret, respectivamente, estes eram considerados em textos religiosos como os “Nomes de Deus”.  Netjer que é traduzido como "poder divino"  no antigo idioma, também chamado de Tem, Temu ou Atum foi o primeiro deus. Ele/ela gerou os outros deuses (Netjeru) bem como o mundo como o conhecemos. Estes Netjeru são deuses independentes que, por sua vez reunidos formam uma entidade única, Netjer. Os "Nomes" de Netjer ( Ra, Aset, Wesir, Yinepu etc) são suas diferentes manifestações. Parece difícil de compreender, mas não é, simplificando isso tudo: Netjer é uma força, sem forma, sem rosto, sem imagem, sem cor, sem sexo, ao qual, se dividi em divindades diferentes. Netjer é a Força Divina que se divide em deuses para melhor compreensão do ser humano.
Mas ai você me diz, a HeryHeru, os Kemeticos então são monoteístas igual os cristãos, e eu digo: NÃO! Como eu disse, nos kemeticos somos monólatras, compreendemos que na Força Divina que se divide em DEUSES INDEPENDÊNTES. Isto em momento algum vai excluir os Kemeticos de uma cultura pagã, ou politeísta, como sugere E.A. Wallis Budge quando cita que os egípcios “acreditavam em um Deus Único que era Todo-Poderoso”. Esta visão é exclusiva de religiões judaico-cristãs e não se adéqua à religiosidade egípcia, pois para nos, Deus era os Deuses e os Deuses eram Deus.

É exatamente por isso que nos Keméticos não temos o costume de rotular as divindades, na Mitologia Kemética, não existem deuses do amor, deuses do vinho, deuses da prosperidade, esses rótulos não se enquadra em nossa visão dos deuses, para nós, os deuses possuem na verdade personalidades distintas que aproximasse de uma determinada energia, os deuses são tão complexos quanto os próprios humanos, possuindo sentimentos/personalidades e não se limitam somente a uma única força ou a uma única energia. 

Nos Templos Antigos, era costume colocar nas portas várias bandeiras, isso porque, o hieróglifo que representa Netjer é uma bandeira, que simbolicamente representava que Netjer estava naquele local, e é dessa forma que o nome do Templo Central da Ortodoxia Kemética é chamada de House of Netjer, ou Casa de Netjer que na língua antiga é Per Netjer, como podemos observar na imagem da introdução desse texto.


Tem como cultuar Netjer?
SIM! Todos os iniciantes, no curso do Zep Tepi, para melhor compreensão disso são aconselhados em seus ritos, cultuar somente Netjer para compreender essa força magnífica ao qual é a origem de todos os Netjeru e Netjeret, essa força que encontra-se dentro de nos, uma força que engloba dentro de um “nome” todos e tudo. Isso se faz necessário até mesmo para melhor assimilação da essência divina do tudo.
Então porque cultuar deuses?
O ser humano é limitado, não conseguimos compreender a profundidade de Netjer tal como ela realmente é, e Netjer sabendo disso, se mostra através de diversas divindades independentes, tudo para aproximar-se de sua criação e é assim que nos, como seres limitados, devemos o cultuar, pois Netjer é grande de mais para ser compreendido como uno, pois ele é uno e muitos. O que é natural nos humanos nos sentirmos aproximados de Nomes específicos ou até mesmo nascermos de Nomes específicos, assim como o que escreve agora, que é nascido de Heru-wer, um Nome de Netjer, um face dessa divindade magnífica incompreensível.
Resumindo: Os Keméticos são pagãos sob uma forma especial chamada de monolatria, pois entendemos que Netjer é uma Força Divina tão grande, tão complexa que esta divindade se divide em várias outras divindades independentes, para melhor compreensão do ser humano, assim, não podemos compreender Netjer verdadeiramente sem a sua roupagem de deuses, o Politeísmo é uma importante chave para compreensão de Netjer.


quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Artigo: O Orgasmo Divino – As Práticas Sexuais das Esposas de Amon no Novo Império



Em Hotep

Venho aqui disponibilizar para download a minha pesquisa de Trabalho de Conclusão de Curso. Depois de quase 4 anos de pesquisa bibliográficas, buscando incessantemente textos de egiptólogos que pudessem ajudar-me a compreender as práticas sexuais dessas magnificas mulheres que fizeram história, mulheres de grande poder em sua época, conseguindo finalmente chegar a um bom resultado, gerando um artigo de 42 páginas.

Resumo:

Após a queda dos “Reis-Pastores”, chamados de Hicsos, faraós tebanos deram início a um período da história egípcia marcada por guerras, prosperidade e grande poder exercido tanto pelos faraós, quanto pelo clero do maior deus da mitologia egípcia. Esse período se denominou de Novo Império e essa vitória foi concedida a Amon. Dentro do Grande Templo de Karnak, mulheres da mais alta nobreza, dançavam, cantavam e faziam oferendas para a divindade que criou o mundo por meio de seu orgasmo divino. As Esposas do Deus Amon exerceram poder político e religioso sem procedentes na cultua egípcia, devido sua aproximação com a divindade mais cultuada nesse período. Suas práticas tinham como finalidade satisfazer sexualmente o deus Amon, que criou tudo a partir de sua potência sexual. Esses rituais consistiam em fazer o deus entrar em orgasmos por meio das simbologias eróticas fazendo com que, assim, o grande criador pudesse manter a ordem cósmica.
 
Palavras-chave: Esposas do Deus Amon, Novo Império, Sexualidade no Egito Antigo

Espero que gostem a apreciem e adoraria que comentassem suas impressões sobre o artigo!